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Sud​á​rio

by Lvis

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  • Sudário (Limited Edition CD)
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    Comes in a jewelcase, includes folded poster with lyrics to all the songs. Each copy is individually numbered by hand.

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1.
2.
A serra é alta, fria e nevosa E eu tenho um peso por carregar Levo-o nos ombros E não sei como o dominar Será que sabem o que dizem? Será que o querem dizer? Nada lhes tira o sono Nada os mata sem saber Eu desde sempre aqui estive, E hei de sempre estar Um dia leve e livre, Ao vento a gritar A serra é alta, fria e nevosa E a névoa cobre-me tudo Um passo direito em falso Nem o vejo, nem o mudo E é assim que eu próprio me culpo, É assim que eu meço a razão Palavreiem-me com tudo Que as coisas não mudarão A serra é alta, fria e nevosa, Mas com este frio posso eu bem passar Por hoje, só queria ser alguém Só queria respirar
3.
Num sudoeste distante A nado lhe buscava Se não me matasse Morro antes sem saber Se alguma vez sequer Pelo pensamento passei Espero o sol da meia-noite Atravessar o mar E ancorar em porto seguro Que ilumine e encante Um sudoeste distante E lhe dê o que eu não darei Uma vez em cada lua Toco-lhe o rosto Com o polegar Sem tão pouco saber Que dentro dos seus ossos Estive tanto tempo a crescer
4.
Passou o mensageiro Com um postal de ruínas Escrito com confiança “Obrigado pelo teu tempo” A meia-noite chegou De faca na mão À distância, os risos À distância, o esquecimento
5.
Meu Filho 03:14
Meu filho Ainda é cedo Vais chegar, vais partir A vida é curta Tudo menos curta Meu filho Ainda és feliz Vais desejar não o ser Desejo não o ser Insofrível ser Meu filho Vais ser homem Vais ser vazio Vais perguntar porquê E porque não Meu filho Vais ser livre Vais finalmente viver O desejo de uma vida Onde o sol se põe
6.
Elegia 01:00
Sim, estou aqui O tempo assim ditou Branco e frio Como a cruz e a noite Aqui me deixou O luto e a luz Andam de mão dada, Dá-me dois beijos por Deus Uma lágrima disfarçada Sim, cheio de graça Cheio de paz Guardado pela bandeira Da pureza que aqui vos traz Uma gargalhada, Uma conversa, Cheios de graça! Deixam condolências: Sim, estive aqui.
7.
Spleen 05:55
Abrem-se as portas Para mim e mais ninguém Estou sozinho, mas feliz E mal sei no que me vou tornar Nada sei, sequer Não escolhi isto para mim Nunca pude dizer que sim Mas é o que vou ter Até ao fim Vivi sem querer, que posso eu fazer? Vivi sem querer, que posso eu fazer?
8.
Tempo 05:37
Tenho o telhado em chamas E espero sentado Os sinos chamam E as vozes respondem “Não há tempo! Não há tempo! Nada o traz de volta” Dizem “dá-lhe tempo,” Constantemente “Não há tempo! Não há tempo!...”
9.
10.
Já não sou bem o mesmo De que me recordo; Em tempos ao espelho Eram novos os traços Sempre existiram, Mas nunca importaram Vivo com sombras Que não me pertencem Sonho com passados Que não me tiveram Enterro-os com os ossos Ou abro-lhes a janela “Se tens uma voz Afirma o teu ser, Procura algo real que te faça ver” E atinge-me: Sempre foi assim, Mas a inocência— a infância— Esconde o que conseguir Há sombras Que morrem com a noite As que nascem com o dia São minhas para encarar
11.
Inferno 06:19
Deixa algum espaço para correr o meu ar Já que o espaço em que me deito Decidiste tornar no meu fim E este é um mundo de crueldade Mas pensei ter aberto caminho No meu joelho viste-me contar os degraus Afinal encontro-me sozinho Era o inferno, Ou o que imaginamos dele Era o inferno, Do que sabemos dele À luz da tua vela sabes que gemo e choro Será a fé o suficiente para lamentar? …Era o inferno… …Era o inferno…
12.
Então, nesta hora ímpia, Traz a noite até ao fim Não há paz, nem lá perto E já nada há aqui para mim Por aqui a gente morre Erodida pela vida Se eu agora caísse Nem a terra me comia Da luz que me entra, Projeta figuras, Rompe a alma E outras amarguras Nesta terra perdida, Já nada é sagrado Aqui todos os sonhos são enterrados

credits

released May 1, 2021

12 canções de confusão e dor, angústia e esquecimento, melancolia e tédio.

Escrito, composto, tocado, gravado e produzido por Luís Lopes.
“Janeiras (Epifania)” reinterpreta a melodia da cantiga de janeiras “Moradoras desta casa”, originalmente publicada por Francisco Serrano, e harmonizada por Fernando Lopes-Graça.
Gravado entre 2019 e 2020, em casa.

Fotografia por cláudia simões
Design por Luís Lopes
A minha eterna gratidão e respeito ao Raul Brandão



12 songs of confusion and pain, distress and oblivion, melancholy and tedium.

Written, composed, performed, recorded and produced by Luís Lopes.
"Janeiras (Epifania)" reinterprets the melody of the janeiras song "Moradoras desta casa", originally published by Francisco Serrano, and harmonized by Fernando Lopes-Graça.
Recorded between 2019 and 2020, at home.

Photography by cláudia simões
Design by Luís Lopes
My eternal gratitude and respect to Raul Brandão

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